“Vai ter bicha dando close na arte, sim”: os estudos da Teoria Queer em suas relações com os principais conceitos de arte contemporânea a partir da exposição Queermuseu

Abstract

O trabalho se justifica por abordar uma tematica atual, ao contribuir com a visibilidade de sujeitos queer no ambito da Este trabalho tem como tema os estudos da Teoria queer em suas relacoes com os principais conceitos de arte contemporanea. Buscou-se, atraves da exposicao “Queermuseu – Cartografias da diferença na arte brasileira”, analisar como os principais conceitos de arte contemporanea convergem com os aspectos queer nas obras expostas. A Teoria queer tem como principais propostas dar visibilidade as multiplas identidades sexuais no sentido de questionar pressupostos hegemonicos, como o binarismo homossexual/heterossexual, e problematizar as nocoes de masculino, de feminino, e da essencia do desejo. A exposicao Queermuseu foi denunciada por cristaos e pelo “Movimento Brasil Livre” por abordar temas como diversidade de genero, sexualidade e por trazer nas obras simbolos de culto religioso, em consequencia da pressao feita por esses grupos conservadores a exposicao foi cancelada. Pontuou-se alguns conceitos de arte contemporanea, como o ready-made, Pop-art e graffiti, os quais sao frequentes nas obras. Este trabalho tambem buscou contextualizar a Teoria queer, investigar a exposição Queermuseu, examinar conceitos de arte contemporanea, pontuar quais relacoes a tematica queer estabelece com a arte e investigar o papel da arte queer como representacao critica a realidade. arte contemporanea. Trata-se de uma pesquisa bibliografica, que tem como metodologia a analise de oito obras divididas em duas categorias: “Criancas queer” e “Deus e travesti”. A primeira categoria parte da analise de obras que representam criancas com um comportamento “diferente” do heteronormativo, e a segunda contem obras de carater critico ao cristianismo, como representacoes religiosas revestidas de aspectos queer. Utilizou-se no processo de construcao do trabalho os pensamentos das autoras Judith Butler (2002; 2017), Guacira Lopes Louro (2008), Anne Cauquelin (2005) e Graca Proença (2011).